sábado, 12 de abril de 2008





"Quando eu era jovem, pensava que o dinheiro
era a coisa mais importante do mundo.
Hoje, tenho certeza."


Oscar Wilde





Você já assistiu o filme "A Liga Extraordinária"?
Talvez tenha percebido que todos os personagens daquele filme são clássicos da literatura histórica mundial.
Veja abaixo quais são eles:



- Allan Quatermain da obra "As Minas do Rei Salomão", de H. Rider Haggard
- Mina Harker de "Dracula", de Bram Stoker
- Henry Jekyll e Edward Hyde da obra "Dr. Jekyll e Mr. Hyde", de Robert Louis Stevenson
- Rodney Skinner da obra "O Homem Invisível", de H.G. Wells
- Capitão Nemo da obra "20.000 Léguas Submarinas", de Julio Verne
- Dorian Gray da obra "O Retrato de Dorian Gray", de Oscar Wilde
- Tom Sawyer da obra "As Aventuras de Tom Sawyer", de Mark Twain
- Professor James Moriarty de "The Final Problem", de Arthur Conan Doyle

Viu só? Wilde escreveu em sua vida inúmeras poesias e peças teatrais, muito bem sucedido por sinal. Mas foi seu único romance, O retrato de Dorian Gray, que ganhou maior projeção.

Filho de uma militante em defesa da Independência Irlandesa, sua mãe trazia vários intelectuais a sua casa e, nesse ambiente foi criado. Ao longo dos anos acadêmicos, ganhou inúmeros prêmios em homenagem a suas poesias. Suas peças de teatro foram montadas em Paris, Londres, Berlim, entre outros grandes centros.

Rico, intelectual e famoso, Oscar abandonou o casamento e se envolveu em escândalos sexuais, que aos poucos puseram fim a sua carreira. Morreu aos 46 anos.



A FICHA
Nome: Oscar Fingal O'Flahertie Wills Wilde
Viveu: de 1854 a 1900
País: Irlanda
Ocupação: escritor, poeta, pensador.
Família: protestantes irlandeses

VIVEU PARA
Escrever
Defender a importância de tudo que é belo
Defesa da homossexualidade

CONTRA
Como vivera na Inglaterra a maior parte de sua vida, criticava as leis que proibiam o homossexualismo.

SUAS OBRAS
Sua obra mais famosa foi o único romance que escreveu,
O Retrato de Dorian Grey.
Entre suas peças estão
Salomé, Um marido ideal e A importância de ser prudente.
Sua poesia
A Balada do Cárcere de Reading é considerada uma das suas melhores. Foi escrita durante os anos na prisão.
Também enquanto esteve preso escreveu uma espécie de autobiografia,
De Profundis.
A alma do homem sob o socialismo foi sua primeira obra interessada na sociedade e na política.

VIDA
- Ganhou muitos prêmios por suas obras desde jovem
- Viveu na Inglaterra
- Casou-se e teve dois filhos
- Tornou-se rico e muito famoso
- Assumiu sua homossexualidade
- Envolveu-se em escândalo sexual com o jovem Alfred Douglas
- Acusado de crimes sexuais, acabou preso por dois anos
- livre, morreu pouco depois de meningite.


"O Estado deve fazer o que é útil. O indivíduo deve fazer o que é belo."


"Um homem pode viver feliz com qualquer mulher desde que não a ame."



"Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe."


"Ser grande significa ser incompreendido."


"Devem-se escolher os amigos pela beleza, os conhecidos pelo caráter e os inimigos pela inteligência."

LITERATURA

Oi pessoal. Hoje veremos mais um período da Literatura. Já estudamos Trovadorismo, Humanismo, Classicismo, e hoje O Quinhentismo Brasileiro.

Na publicação sobre Classicismo, sugeri a você leitura sobre Camões.
Pois então, gostaria que cada um contribuísse com fatos e opiniões sobre Camões e suas obras, principalmente Os Lusíadas, que é sua obra de maior projeção.
Vale escrever sobre suas impressões, seu ponto de vista, ou ressaltar algum fato importante, curiosidades, etc.
Devem ser enviados via comentário na publicação do dia 09 de abril de 2008. (Seção de comentários do dia 09 de abril). Na próxima terça publicarei uma síntese de todas as participações.
Não se acanhe: ajude a construir nosso conteúdo.
Estão convocados!

Só mais um aviso: criamos uma janelinha de notícias fresquinhas sobre vestibulares, concursos, inscrições, cursos grátis, provas, etc. Fica lá embaixo, no rodapé da página.


De volta ao...

QUINHENTISMO
Foi um movimento cultural que ocorreu no Brasil, paralelamente ao Classicismo em Portugal.


QUANDO
Século XVI, após a descoberta do Brasil.

CONTEXTO HISTÓRICO
Sabemos que o Brasil, inicialmente não foi colonizado. Descoberto em 1500, apenas em 1530 Martim Afonso foi enviado em expedição à colônia para investigação das condições e possibilidade de colonização, povoamento e exploração. A partir daí chegaram os primeiros portugueses, jesuítas, padres, comerciantes, senhores de engenho, etc. E é nesse contexto que começaram, eles mesmos, a produção literária.
É a época da expansão ultramarina, estabelecimento das missões jesuíticas, conhecimento das novas terras, estabelecimento das capitanias hereditárias e, logo após, do governo geral.

POR QUE O NOME?
Como vimos, a época é dos anos 1500, mais intensamente a partir de 1530. Por isso Quinhentismo.

A PRODUÇÃO
As obras são divididas em duas vertentes:
Literatura Informativa: relatos de viajantes. Descrições das novas terras, suas paisagens, habitantes, riquezas, fauna, flora, índios, ou seja, tudo o que havia aqui naquela época. A carta que Pero Vaz de Caminha escreveu ao Rei de Portugal relatando o descobrimento é considerada primeira produção literária brasileira (do tipo literatura informativa no Quinhentismo).
Literatura Jesuítica: intencionada à conversão dos índios e dilatação da religião católica. Também conhecidos como textos catequéticos. O Padre José de Anchieta é visto como a maior vocação literária que viveu no Brasil Quinhentista. Escreveu poesias em latim, português, castelhano, e tupi, de caráter moralizante e didático.

Os mais famosos:
- Carta de Pero Vaz de Caminha (1500)
- Diário de navegação, de Pero Lopes de Sousa (1530)
- Tratado da Terra do Brasil e a História da Província de Santa Cruz a que vulgarmente chamamos Brasil, de Pero de Magalhães Gandavo (1576)
- Tratado Descritivo do Brasil, de Ambrósio Fernandes Brandão (1618)
- História do Brasil, de Frei Vicente do Salvador (1627)
- Duas Viagens ao Brasil, de Hans Staden (1557)
- Viagem à terra do Brasil, de Jean de Léry (1578)
- Cartas dos Jesuítas à Metrópole, dando contas de suas atividades nos primeiros séculos de catequese.

IDENTIFICAÇÃO
São temas sobre o novo território descoberto, índios, natureza, fauna, flora, paisagens.
Por outro lado a catequese é foco das prosas e poesias catequéticas.

AUTORES
Literatura Jesuítica: Padre Manoel da Nóbrega, Padre José de Anchieta, Fernão Cardim.
Literatura Informativa: Pero Vaz de Caminha, Pero Lopes de Souza.

EXEMPLOS


Carta ao Rei D. Manuel de Portugal
Pero Vaz de Caminha

"Ali veríeis galantes, pintados de preto e vermelho, e quartejados, assim pelos corpos como pelas pernas, que, certo, assim pareciam bem. Também andavam entre eles quatro ou cinco mulheres, novas, que assim nuas, não pareciam mal. Entre elas andava uma, com uma coxa, do joelho até o quadril e a nádega, toda tingida daquela tintura preta; e todo o resto da sua cor natural. Outra trazia ambos os joelhos com as curvas assim tintas, e também os colos dos pés; e suas vergonhas tão nuas, e com tanta inocência assim descobertas, que não havia nisso desvergonha nenhuma. Todos andam rapados até por cima das orelhas; assim mesmo de sobrancelhas e pestanas. Trazem todos as testas, de fonte a fonte, tintas de tintura preta, que parece uma fita preta da largura de dois dedos. Mostraram-lhes um papagaio pardo que o Capitão traz consigo; tomaram-no logo na mão e acenaram para a terra, como se os houvesse ali. Mostraram-lhes um carneiro; não fizeram caso dele. Mostraram-lhes uma galinha; quase tiveram medo dela, e não lhe queriam pôr a mão. Depois lhe pegaram, mas como espantados. Deram-lhes ali de comer: pão e peixe cozido, confeitos, fartéis, mel, figos passados. Não quiseram comer daquilo quase nada; e se provavam alguma coisa, logo a lançavam fora. Trouxeram-lhes vinho em uma taça; mal lhe puseram a boca; não gostaram dele nada, nem quiseram mais. Trouxeram-lhes água em uma albarrada, provaram cada um o seu bochecho, mas não beberam; apenas lavaram as bocas e lançaram-na fora. Viu um deles umas contas de rosário, brancas; fez sinal que lhas dessem, e folgou muito com elas, e lançou-as ao pescoço; e depois tirou-as e meteu-as em volta do braço, e acenava para a terra e novamente para as contas e para o colar do Capitão, como se dariam ouro por aquilo."


Padre Anchieta

"Em Deus Meu Criador
Não há causa segura.
Tudo quanto se vê.
se vai passando.
A vida não tem dura.
O bem se vai gastando.
Toda criatura.
passa voando.

Contente assim minh’alma.
do doce amor de Deus.
toda ferida,
o mudo deixa calma,
buscando a outra vida,
no qual se deseja ser
absorvida."


CONFIRA


1)(UNISA) A “literatura Jesuítica” nos primórdios de nossa história:
a) tem grande valor informativo;
b) merca nossa maturação clássica;
c) visa à catequese do índio, à instrução do colono e sua assistência religiosa e moral;
d) está a serviço do poder real;
e) tem fortes doses nacionalistas

2)(Universidade Federal de Santa Maria)- Sobre a literatura produzida no primeiro século da vida colonial brasileira, é correto afirmar que:
a) é formada principalmente de poemas narrativos e textos dramáticos que visavam à catequese.
b) Inicia com prosopopéia, de Bento Teixeira.
c) É constituída por documentos que informam acerca da terra brasileira e pela literatura jesuídica
d) Os textos que a constituem apresentam evidentemente preocupação artística e pedagógica.
e) Descreve com fidelidade e sem idealizações a terra e o homem, ao relatar as condições encontradas no Novo Mundo.

3)(UFV) Leia a estrofe abaixo e faça o que se pede:

Dos vícios já desligados
nos pajés não crendo mais,
nem suas danças rituais,
nem seus mágicos cuidados

(Anchieta , José de. O Auto de São Lourenço [Tradução e adaptação de Walmir Ayala] Rio de Janeiro: Ediouro[s.d.] pg 110)

a) Os meninos índios representam o processo de aculturação em sua concretude mais visível, como produto final de todo um empreendimento do qual participam com igual empenho a Coroa Portuguesa e a Companhia de Jesus.
b) A presença dos meninos índios representa uma síntese perfeita e acabada daquilo que se convencionou chamar de literatura informativa.
c) Os meninos índios estão afirmados os valores de sua própria cultura, ao mencionar as danças rituais e as magias praticadas pelos pajés.
d) Os meninos índios são figuras alegóricas cuja construção como personagens atende a todos os requintes da dramaturgia renascentista.
e) Os meninos índios representam a revolta dos nativos contra a catequese trazida pelos jesuítas, de quem querem liberta-se tão logo seja possível.

4)Anchieta só não escreveu:
a) um dicionário ou gramática da língua tupi;
b) sonetos clássicos, à maneira de Camões, seu contemporâneo;
c) poesias em latim, portugueses, espanhol e tupi;
d) autos religiosos, à maneira do teatro medieval;
e) cartas, sermões, fragmentos históricos e informações.




Respostas: 1)c 2)c 3)a 4)b